quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

A história do sabão



O sabão foi inventado no ano de 600 a.C. pelos fenícios que usavam terra argilosa contendo calcário ou cinzas de madeira, era um sabão pastoso. E foi usado em Roma no século IV, apenas para lavar os cabelos.

O sabão sólido apareceu no século XIII. quando os árabes descobriram o processo de saponificação - mistura de óleos naturais, gordura animal e soda cáustica que depois de fervida endurece. Os espanhóis, tendo aprendido a lição com os árabes, acrescentaram-lhe óleo de oliva, para dar ao sabão um cheiro mais suave. Nos séculos XV e XVI, várias cidades européias tornaram-se centros produtores de sabão, nesa época o sabão era um produto de luxo, usado apenas por pessoas ricas.


Em 1792, o químico francês Nicolas Leblanc conseguiu obter soda caústica do sal de cozinha e, pouco depois, criou-se o processo de saponificação das gorduras, o que deu um grande avanço na fabricação de sabão.

Em 1878, Harley Procter (dono de uma fábrica de velas e sabão) queria produzir um sabão novo, branco, cremoso e delicadamente perfumado, seu primo, o químico James Gamble, chegou à formula desejada.

Esse novo sabão produzia uma rica espuma, mesmo em contato com a água fria, e tinha uma consistência homogênea e suave.

Algum tempo depois, um descuido na fábrica levou a fabricação de um novo tipo de sabão, o Sabão de mármore.

Com a invenção da luz elétrica, Harley Procter previu que a eletrecidade poderia acabar de uma vez com a seu lucrativo negócio de velas, e assim decidiu promover o seu sabonete.

História do Sabão

Em 1879 foi invetado o Sabonete "Roger & Gallet" o primeiro sabonete redondo, envolto artesanalmente em papel drapeado.

Assim surgiu o produto mais usado no mundo, que hoje apresenta várias formas, tipos, tamanhos e cores.

Para quem não sabe, assim surgiu uma das maiores empresas do mercado, a Procter & Gamble.
O sabão foi inventado no ano de 600 a.C. pelos fenícios que usavam terra argilosa contendo calcário ou cinzas de madeira, era um sabão pastoso. E foi usado em Roma no século IV, apenas para lavar os cabelos.

O sabão sólido apareceu no século XIII. quando os árabes descobriram o processo de saponificação - mistura de óleos naturais, gordura animal e soda cáustica que depois de fervida endurece. Os espanhóis, tendo aprendido a lição com os árabes, acrescentaram-lhe óleo de oliva, para dar ao sabão um cheiro mais suave. Nos séculos XV e XVI, várias cidades européias tornaram-se centros produtores de sabão, nesa época o sabão era um produto de luxo, usado apenas por pessoas ricas.


Em 1792, o químico francês Nicolas Leblanc conseguiu obter soda caústica do sal de cozinha e, pouco depois, criou-se o processo de saponificação das gorduras, o que deu um grande avanço na fabricação de sabão.

Em 1878, Harley Procter (dono de uma fábrica de velas e sabão) queria produzir um sabão novo, branco, cremoso e delicadamente perfumado, seu primo, o químico James Gamble, chegou à formula desejada.

Esse novo sabão produzia uma rica espuma, mesmo em contato com a água fria, e tinha uma consistência homogênea e suave.

Algum tempo depois, um descuido na fábrica levou a fabricação de um novo tipo de sabão, o Sabão de mármore.

Com a invenção da luz elétrica, Harley Procter previu que a eletrecidade poderia acabar de uma vez com a seu lucrativo negócio de velas, e assim decidiu promover o seu sabonete.

História do Sabão

Em 1879 foi invetado o Sabonete "Roger & Gallet" o primeiro sabonete redondo, envolto artesanalmente em papel drapeado.

Assim surgiu o produto mais usado no mundo, que hoje apresenta várias formas, tipos, tamanhos e cores.

Para quem não sabe, assim surgiu uma das maiores empresas do mercado, a Procter & Gamble.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Antibióticos


Acima, um exemplo de bactéria.

Antibiótico é uma substância que tem capacidade de interagir com micro-organismos unicelulares ou pluricelulares que causam infecções no organismo. Os antibióticos interferem com estes micro-organismos, matando-os ou inibindo seu metabolismo e/ou sua reprodução, permitindo ao sistema imunológico combatê-los com maior eficácia.

O termo antibiótico tem sido utilizado de modo mais restrito para indicar substâncias que atingem bactérias, embora possa ser utilizado em sentido mais amplo (contra fungos, por exemplo). Ele pode ser bactericida, quando tem efeito letal sobre a bactéria ou bacteriostático, se interrompe a sua reprodução.

As primeiras substâncias descobertas eram produzidas por fungos e bactérias, atualmente são sintetizadas ou alterados em laboratórios farmacêuticos e têm a capacidade de impedir ou dificultar a manutenção de um certo grupo de células vivas.

Antibioticoterapia

Chama-se Antibioticoterapia o tratamento realizado com antibióticos.

Essas substâncias são utilizadas na Medicina para controlar infecções, e sua descoberta revolucionou os tratamentos das doenças infecciosas. Passaram a ser curáveis doenças que antes eram letais, como:

  • tuberculose
  • pneumonia
  • sífilis
  • crupeniose ou difeteria
  • gangrena, entre outras.

Efeitos Indesejáveis

O uso de antibióticos faz com que surjam cepas de micro-organismos resistentes a estas drogas, sendo necessária a descoberta constante de novos remédios mais eficazes. Isto tem aumentado consideravelmente o custo do tratamento das infecções, e também criado micro-organismos resistentes, que são um perigo para a saúde pública. A auto-prescrição de antibióticos, bem como a prescrição indiscriminada por parte dos médicos, é extremamente prejudicial, para o próprio doente e para toda a população. Ao tomar um antibiótico mata-se bactérias da flora natural do nosso corpo, gerando desequilíbrio, e abrindo espaço para bactérias patogênicas crescerem, aumentando a chance de desenvolvermos outras infecções. Pode-se, por exemplo, tomar um remédio para dor de garganta e favorecer o surgimento de uma meningite. Outros perigos dos antibióticos são seus efeitos colaterais que vão desde desconfortos abdominais e diarreias até gravíssimas reações alérgicas.

Infecção
é a colonização de um organismo hospedeiro por uma espécie estranha. Em uma infecção, o organismo infectante procura utilizar os recursos do hospedeiro para se multiplicar (com evidentes prejuízos para o hospedeiro). O organismo infectante, ou patógeno, interfere na fisiologia normal do hospedeiro e pode levar a diversas conseqüências. A resposta do hospedeiro é a inflamação.

Inflamação


Abscesso na pele, mostrando edema e hiperemia característicos da inflamação, com área central necrótica de cor escura.

A inflamação (do Latim inflammatio, atear fogo) ou processo inflamatório é uma resposta dos organismos vivos homeotérmicos a uma agressão sofrida. Entende-se como agressão qualquer processo capaz de causar lesão celular ou tecidual. Esta resposta padrão é comum a vários tipos de tecidos e é mediada por diversas substâncias produzidas pelas células danificadas e células do sistema imunitário que se encontram eventualmente nas proximidades da lesão.

A inflamação pode também ser considerada como parte do sistema imunitário, o chamado sistema imune inato, assim denominado por sua capacidade para deflagar uma resposta inespecífica contra padrões de agressão previamente e geneticamente definidos pelo agredido. Esta definição se contrapõe à da organismoimunidade adquirida, ou aquela onde o sistema imune identifica agentes agressores específicos segundo seu potencial antigênico. Neste último caso o organismo precisa entrar em contato com o agressor, identificá-lo como estranho e potencialmente nocivo e só então produzir uma resposta.


Anti-inflamatório

Anti-inflamatório é um fármaco ou método que combate a inflamação de tecidos; antiflogístico.

Tais medicamentos atuam por favorecer o desaparecimento dos edemas, desidratando os tecidos tumefeitos, por ativação da circulação local ou por vasoconstrição no local da aplicação ou por coagulação das albuminas tissulares.

Os anti-inflamatórios tópicos são divididos em duas categorias, conforme seu modo de ação predominante: Adstringentes e Emolientes.





segunda-feira, 24 de maio de 2010

Answers




Simple Present Exercise

1. Adicione S ou ES aos verbos nas sentenças se necessário. Se não for necessário, coloque um X no espaço em branco.

a) He work_s_ in a bank.
b) They live_X_ in France.
c) I watch__X__ TV every day.
d) She go_es_ to work by car.
e) The film finish_es_ at ten o'clock.
f) We play__X__ tennis every weekend.
g) They go__X__ on holiday in August.
h) He speak__s__ Italian and French.
i) She do__es___ her homework every night.

2. Escreva frases, usando a forma negativa do Present Simple:

a) (He/not/live/ in Mexico) He doesn't live in Mexico.
b) (She/not//work/in a bank)

She doesn't work in a bank.

c) (I/not/play golf) _____I don't play golf._______
d) (Paul/not/listen/to teh radio) __Paulo doesn't listen the radio.___________
e) (We/not/speak/French) ____We don't speak french.____________________________
f) (You/not/listen/to me!) ______You don't listen me.__________
g) (My car/not/work)______My car doesn't work.______________
h) (I/not/drink/tea) ______I don't drink tea._________________________________
i) (Sheila/not/eat/meat) ____Sheila doesn't eat meat.____________

3. Complete os espaços com a conjugação correta dos verbos no Presente Simples do inglês.

Kristin__wakes up____(wake up) everyday at 7. She__brushes___(brush) her teeth and then__takes___(take) a shower. Then she__meets__(meet) with her friend Jennifer and together they___have__(have) breakfast at a little diner near the office. They___get__(get) to the office at around 8:30. Kristin__goes__(go) to the first floor, where she__works___(work), and Jennifer__takes__(take) the elevator to the 11th floor, where her office__are_(be). Later, they__meet_(meet) again at 12 to have lunch.

4. Complete os espaços com a opção correta: do, does, don't, doesn't, is, isn't, are ou aren't:

a.___Do_____you like ice-cream?
Yes I_do_. I think everybody__does__.

b._Are_ Kim from Australia?
Nope, she_is_actually, a Canadian.

c. We_don't__like the beach very much this time of the year. We prefer the mountains.
Really? Why_?_that?
Beaches_are__too crowded in the summer.
__Do_you always go to the mountains in the summer?
About every two years. It__is__a shame that we have more free time to travel.

d. How often__do__you go to the movies?
Every week or so. I like to watch all the comedies, but I really_don't_like horror movies.
Really? Horror movies_are__my favorite ones.

e. Rose__isn't__here yet. Where_is_she?
Oh, she_is__late because of the traffic.
Ok, we can wait._Does_she have a car?
No, she_doesn't_. She always takes a cab.

f._Are_those your friends from Spain?
They__are__my friends, but they__aren't___Spanish. They__are_actually from Argentina.
Oh. __Do__they go to the same school that you go?
No, they_aren't_students. They_are_actually Spanish teachers.


segunda-feira, 19 de abril de 2010

Paleolitico e neolitico

Paleolítico


O Paleolítico (pedra antiga), também conhecido como Idade da Pedra Lascada, refere-se ao período pré-historico que vai de cerca de 2,5 milhões a.C., quando os ancestrais do homem começaram a produzir os primeiros artefatos em pedra-lascada, até cerca de 10000.a.C.

Neste período os homens eram essencialmente nômades caçadores-coletores, tendo que se deslocar constantemente em busca de alimentos. Desenvolveram os primeiros instrumentos de caça feitos em madeira, osso ou pedra lascada, e dominaram o uso do fogo.

Este longo período histórico subdivide-se em Paleolítico inferior (até há 300 mil anos) e Paleolítico superior (até 10 mil a.C.). Há certa discordância entre estudiosos quanto a essa divisão, sendo que alguns intercalam um Paleolítico médio entre o inferior e o superior.


Neolítico

O Neolítico, também chamado de Idade da pedra Polida (por causa de alguns instrumentos, feitos de pedra lascada e pedra polida), é o período da Pré-Historia que começa em 8000.a.C. Durante este período surge a agricultura, e a fixação resultante do cultivo da terra e domesticação de animais para o trabalho provoca o sedentario (moradia fixa em aldeias)era comum usarem roupas de lã ou linho, pois foi um período muito frio. As primeiras aldeias são criadas próximas a rios, de modo a usufruir da terra fértil (onde eram colocadas sementes para plantio) e água para homens e animais. Também neste período começa a domesticação de animais (cabra, boi, cão, dromedário, etc). O trabalho passa a ser dividido entre homens e mulheres, os homens cuidam da segurança, caça e pesca, enquanto as mulheres plantam, colhem e educam os filhos. A disponibilidade de alimento permite também às populações um aumento do tempo de lazer e a necessidade de armazenar os alimentos e as sementes para cultivo leva à criação de peças de cerâmica, que vão gradualmente ganhando fins decorativos.

a seguir fotos,registros,sobre os períodos paleolíticos e neolíticos:



Na minha sincera opinião, se de fato tiver havido um período neolítico ou paleolítico(por mais que haja evidências, corpos putrefatos de trucentos anos atrás, nínguem nunca inventou uma máquina do tempo e voltou; ao menos ainda não.) O caso é que o período neolítco e paleolítico foram duas era de difícil sobrevivência.

Primeiro por que tudo era infinitamente mais difícil;a alimentação era escassa,a caça era rigorosamente perigosa,uma vez que os instrumentos usados tais como lanças,espadas,etc. Era tudo muito primitivo. Em outras palavras os meios de subsintência eram verdadeiros''absurdos'' que caso aplicados em nossa sociedade atual, geraria um verdadeiro caos.



Acima fotos de pedras lascadas do período paleolítico.

Quando eu paro pra pensar no tempo em que a raça humana era tão primitiva, isso me faz pensar que nós involuimos com o tempo,hoje dependemos de aparelhos,máquinas,enfim,dependemos das nossas própias parafernalhas tecnológicas para sobreviver.Será que com o tempo estamos ficando cada vez mais fracos em vez de mais fortes?

A seguir mais algumas fotos.


Fin

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Sephirot!sephirot!sephirot!


Quem nunca ouviu falar do famoso vilão de FFVII(final fantasy VII)?
a seguir uma curta materia sobre os ideais do nosso querido antagonista.




Sephiroth (em japonês: セフィロス Sefirosu) é um personagem fictício e o principal antagonista do jogo Final Fantasy VII. Foi criado pelo designer de personagens Tetsuya Nomura e caracterizado como um homem alto com longos cabelos prateados. Sua aparência tem como objetivo contrastar diretamente com a do personagem principal, Cloud Strife. A voz de Sephiroth nos Estados Unidos é feita porLance Bass em Kingdom Hearts e George Newbern em todas as outras aparições. No Japão, sua voz é dublada por Toshiyuki Morikawa, apesar de Shin-ichiro Miki ter dublado o personagem em Ehrgeiz.

Em Final Fantasy VII, Sephiroth age como o antagonista principal, que busca se tornar um deus absorvendo a energia do planeta. Ele também participa da série Kingdom Hearts e deFinal Fantasy: DissidiaSephiroth foi bem aceito na comunidade de jogadores de video game graças a suas motivações complexas e sua aparência icônica.

Criação

Sephiroth foi criado pelo designer de personagens de Final Fantasy VII, Tetsuya Nomura. O ilustrador Yoshitaka Amano, juntamente com Nomura, desenhou os esboços de Sephiroth. Ele tem cabelos prateados, olhos com pupilas de gato e veste um sobretudo preto decorado com adornos metálicos. Nomura revelou que Sephiroth foi imaginado como um contraste completo ao protagonista do jogo, Cloud Strife. Sua arma, a Masamune, que aparece em diversos títulos Final Fantasy, é uma espada longa, e só pode ser usada por Sephiroth. A Masamune tem tal nome como referência ao famoso ferreiro japonês Goro Nyudo Masamune, cujas lâminas que criou são consideradas tesouros nacionais no Japão até hoje.

Seu nome vem da Kabbalah, em que os dez sephirot na Árvore da Vida representam os dez atributos que Deus pode usar para se manifestar. Cada Sephira representa um caminho de ideais, atributos e conceitos que cada um deve realizar e entender por si mesmos. Uma vez que isto for alcançado a pessoa terá atingido a perfeição divina.

Sephiroth foi focado em três partes dos temas musicas escritas das séries pelo compositor Nobuo Uematsu. O nome da sua música tema é One Winged Angel.

No Japão, a voz de Sephiroth é feita por Shinichiro Miki (em Ehrgeiz) e Toshiyuki Morikawa (em Advent Children). Na versão americana de Kingdom Hearts, ela é feita por Lance Bass do grupo 'NSYNC.

Sephiroth aparece em 6 outros games (Ehrgeiz, Kingdom Hearts, Kingdom Hearts II, Itadaki Street Special, Before Crisis: Final Fantasy VII, Final Fantsy: Dissidia e Crisis Core:Final Fantasy VII, o filme em ICG Final Fantasy VII: Advent Children e o OVA Last Order:Final Fantasy VII. Na série Kingdom Hearts, ele tem uma asa negra nas costas.


História

Sephiroth foi um soldado de alto escalão, uma lenda conhecida em todos os cantos do Planeta. O mais habilidoso lutador que já houve, alto, com longos cabelos prateados, olhos verde esmeralda, um longo sobretudo preto, e ombreiras metálicas. Desde cedo ingressou na SOLDIER, e logo se tornou o soldado mais promissor da divisão, que era a força mais temida no mundo. Como o único capaz de manejar a lendária espada Masamune, pela peculiaridadeque sua lâmina tem, dois metros de comprimento. Sephiroth era tido como uma pessoa gentil e fria, que exibia uma aparência totalmente melancólica, era o tipo de pessoa que ninguém jamais viu sorrindo, mesmo assim muitos admiravam ele.

A missão final de Sephiroth para Shinra foi investigar um reator Mako em Nibelheim, nas montanhas. Em Nibelheim, Sephiroth revela que nunca teve propriamente uma família, sua mãe, cujo nome era Jenova, morreu após dar à luz, Sephiroth nunca havia mencionado nada sobre um pai, mas disse não ter cidade natal. Falar de tal fato era a única coisa que lhe arrancava a compostura. Por motivos que nem o próprio Sephiroth entendia, ele sentia um êxtase inexplicável ao se recordar de sua mãe e começava a gargalhar sem motivo algum. Chegando ao reator para o qual fora designado, e entrando nele, Sephiroth descobre cápsulas contendo monstros. É revelado que eles já haviam sido humanos uma vez, mas foram expostos há uma grande quantidade de energia Mako, sofrendo mutações. Também é revelado que aos soldados da Shinra eram dadas pequenas doses dessa energia, dando à eles mais poder. Junto com as cápsulas havia uma câmara no topo com a palavra Jenova cravada, Sephiroth lembrou que este era o mesmo nome de sua suposta mãe, e então começou a pensar. Ele não era um soldado qualquer, ele era o mais poderoso e forte guerreiro do exército Shinra, isto o deixou curioso sobre se ele havia sido "criado" da mesma maneira que os seres nas cápsulas (já que Jenova era guardada num altar próxima deles). Seria ele um desses experimentos? Os arquivos sobre Sephiroth eram ultra-secretos, guardados em um lugarsecreto. De alguma maneira Sephiroth sabia da biblioteca escondida na mansão da Shinra (em Nibelheim), e decide ir até lá encontrar suas respostas. Sephiroth permaneceu por dias na biblioteca, lendo tudo o que poderia estar conectado com ele. Ele acabou encontrando duas coisas sobre os "Antigos" e o Projeto Jenova. Sephiroth descobriu que foi criado através do Projeto Jenova, e que Jenova era realmente sua mãe; mas havia um pouco mais sobre o projeto. Jenova começou quando cientistas encontraram um organismo de 2000 anos de idade que foi identificado como uma forma de vida relacionada aos Antigos Cetra. Esse organismo foi nomeado de Jenova. Os Cetra eram uma antiga raça que viveram no planeta antes dos humanos. Eles tinham poderes especiais e podiam se comunicar com o planeta.

Quando eles morriam iam para a Terra Prometida, um lugar o qual Shinra imaginava que estaria cheio de energia Mako, por isso estavam dispostos a encontrá-lo. Eles designaram três cientistas para trabalhar no Projeto Jenova, onde eles iriam recriar um Cetra com as células de Jenova. A Shinra queria recriá-los para que os levasse até a tal Terra Prometida. E através desse projeto, Sephiroth foi criado. Sephiroth também leu sobre os Ancients, e viu que o planeta já pertenceu aos Cetra. Quando uma crise atingiu o planeta, pôs tudo e todos em perigo. Alguns dos Cetras fugiram do perigo deixando o restopara morrer, mas salvando o planeta. Os Cetras "covardes" que sobreviveram são os ancestrais da humanidade. Desde que Sephiroth descobriu ser filho de Jenova, que era uma Cetra, ele acreditou que era o legítimo herdeiro do planeta; e como os humanos eram traidores (desde seus ancestrais), deveriam ser punidos pelo que fizeram e então retornar o planeta aos seus donos de direito, ele e sua mãe Jenova. Uma vez descoberto o que achava que era a verdade sobre si, Sephiroth foi tomado pelo ódio que recairiu sobre a humanidade, queimando toda Nibelheim e subjugando todos lá (exceto Cloud, Tifa e Zack). Ele, então, prosseguiu para o tal reator Mako, afim de se reunir comsua mãe. Dentro do reator, Tifa e Zack tentaram detê-lo, mas falharam, Cloud o golpeou por trás, naturalmente Sephiroth defendeu-se com a masamune. Cloud, de alguma form a, conseguiu empurrar Sephiroth até o fundo do poço de Mako do reator. Após este evento, todos acreditaram que Sephiroth havia morrido. A Shinra então decidiu levar Jenova para sua base central e dar continuidade aos seus experimentos. Cinco anos depois, alguém atacou a Shinra e roubou Jenova de sua câmara, esta pessoa matou todos lá, incluindo o presidente da empresa, que foi encontrado com uma espada cravada em suas costas... Cloud identificou esta pessoa como Sephiroth, pela espada masamune, já que Sephiroth era o único no mundo que sabia utilizá-la daquele jeito. Mas foi dito que Sephiroth estava morto?! Bem, não exatamente, a energia Mako é realmente o "lifestream" (fluxo da vida) do planeta, a força que mantêm ele vivo (ou Shinra não sabe disso, ou eles realmente não ligam) e após Sephiroth cair no poço de Mako, ele foi carregado pelo lifestream até o centro do planeta (ou quase) e acabou encapsulado em puro Mako na Northern Crater (cratera norte). Lá, inconscientemente, continuou com seus planos, apenas com o poder de sua mente (e também com ajuda das células Jenova) ele controlou vários clones de si, vários Sephiroths (ou algum tipo de manifestação de seu "eu") para procurar a Terra Prometida, a qual achava ser o lugar onde os Cetra se tornavam um

só com o planeta. Ao mesmo tempo, ele também procurava uma maneira de punir a raça humana por serem "traidores". Sephiroth viajou através do mundo, e finalmente chegou ao Templo dos Antigos, onde ele absorveu os conhecimentos dos Cetra e criou seu novo plano. Ele usaria uma energia chamada Black Materia, com isto, invocaria The Meteor, a mais poderosa força já conhecida. Quando Meteor atingisse o planeta, ele ficaria tão ferido que uma imensa quantidade de lifestream seria liberada para a cura do planeta. Sephiroth iria esperar nessa ferida emergindo-se em lifestream e tornando-se um só com o planeta. Isto iria tornar ele e Jenova os donos do planeta e no processo destruir tudo, incluindo os humanos como punição. A única coisa que poderia deter Meteor era Holy, contida na White Materia, e que se egualaria em poder o bastante para salvar o Mundo da destruição. Aeris era a única que sabia disto (já que ela era a única verdadeira descendente dos Cetra) e pôsse à rezar pela força sagrada (Holy). Sephiroth mata Aeris enquanto esta está no meio da prece e continua com seus planos. Felizmente Aeris tinha feito o bastante. É então chegada a hora do "despertar" de Sephiroth, como quase um deus para purificar o mundo. Cloud e seus amigos enfrentam oalado Sephiroth, opondo-se à sua vontade de destruição, e então finalmente conseguem detê-lo. Cloud ainda não havia terminado com seu antigo ídolo, Sephiroth, e é chamado para a batalha final no além (no além mesmo!), onde finalmente é posto um fim à alma de Sephiroth.

Jenova

Contrário ao que Sephiroth achava, Jenova não era realmente sua mãe. A informação que ele encontrou devia estar incompleta em certos pontos, ou talvez ninguém se lembre exatamente. Talvez Sephiroth tenha entendido mal a inform

ação? Ou os livros podiam estar mentindo!? Porque o real Sephiroth era um humano normal, apenas um pouco alterado geneticamente falando. Na verdade ele foi o filho de Lucrecia e Hojo os dois cientistas assistentes no Projeto Jenova.

Quando Lucrecia estava grávida Hojo decidiu injetar nela células Jenova para então ela dar à luz uma criança com poderes dos Cetra. Lucrecia concordou, mas após dar à luz Sephiroth ela entrou em colapso e desapareceu, ao que parece ela morreu mas não uma total morte pois durante o jogo na Cachoeira ela entra em contato com você estando numa forma de projeção astral, e diz que as células Jenova não a deixaram morrer e ela não pôde descansar em paz.

Sephiroth também acredita que Jenova era uma dos Antigos, mas ela não era. Durante o Jenova Project o último real sobrevivente dos Cetra foi encontrado vivo e bem velho, e era uma mulher chamada Ifalna, mãe de Aeris, que foi entrevistada pelo professor Gast. Ela contou a verdade sobre os Ancients e Jenova.

A crise que se abateu sobre o planeta fora a própria Jenova, provavelmente o meteoro veio também e foi o que formou a Cratera Norte. Jenova então era um tipo de vírus mortal que infectou os Antigos Cetra, quase erradicando-os. Creio que foram contaminados por que ficaram para deter o Meteoro de destruir o planeta. Sendo assim Sephiroth iria apenas cumprir o destino de Jenova, destruir o Mundo.

A reunião

O cientista louco Hojo era quem estava trabalhando no projeto Jenova com esta teoria da Reunião, se as células Jenova fossem separadas então elas encontrariam umas as outras e com o tempo se tornariam novamente um único ser, o lugar onde isto aconteceria seria a Terra Prometida.Isto é chamado de Reunião pela óbvia razão da união das partes de Jenova separadas.

Hojo injetou em testes células Jenova para ver se sua teoria funcionaria. Estes testes são as figuras vestidas em preto que você vê em certos lugares como o Temple of the Ancients, Nibelheim, e na Northern Crater.

Eles podem ser descritos como cópias de Sephiroth, cópias que ele controla pois alguns deles dizem a palavra Sephiroth como se fossem seguidores. Algumas destas figuras em preto também podem ser os cidadãos de Nibelheim que foram mortos por Sephiroth, mas contaminados por Jenova, e agora não podem descansar em paz.


Separação de misturas

Em química, separações de misturas são utilizadas para decompor misturas de substâncias em um sistema qualquer nos dois ou mais componentes originais. É realizada para as mais diversas finalidades, da química analítica à engenharia química ou de petróleo. Dentre os métodos, alguns, por mais que pareçam ter pouca utilidade, são essenciais em processos de mineração ou análises farmacêuticas.

Os métodos para que isso se concretize são muitos, filtração, destilação, decantação, cromatografia, derivatização, entre outros. Cada método de separação é utilizado para certo tipo de mistura, que pode ser dividida basicamente entre homogênea e heterogênea. E também, cada método tem seu modo de separação, podendo ser de modo mecânico ou reacional químico.

Índice


Peneiração

A peneiraçao é um método utilizado para separar misturas heterogêneas do tipo sólido-sólido, onde o tamanho da partícula é o responsável pela separação, ou seja, utiliza-se uma peneira que permite que alguns sólidos pequenos passem.

Utilizado quando uma mistura de solidos granulado,cujo tamanho das particulas é sensivelmente diferente é colocada sobre uma peneira e submetida a agitação.EX:mistura areia fina e pedregulhos

Levigação

Levigação é um método de separação de misturas heterogêneas de sólidos. Quando uma mistura se forma por substâncias sólidas de densidades diferentes, pode-se utilizar uma corrente de água para separá-las. É o caso do ouro, que nos garimpos normalmente é encontrado junto a uma porção de terra ou areia.Usa-se uma rampa de madeira ou uma bacia em que se passa uma corrente de água que serve para separar essas substâncias.

Centrifugação

Consiste em aumentar a velocidade de decantação com um aparelho chamado centrífuga ou centrifugador(que faz com que a mistura contida no tubo decante mais rapidamente). Esta máquina pode ser usada, por exemplo, na separação de glóbulos vermelhos do plasma sanguíneo ou para separar a nata do leite. Então a separação fica muito densa. Assim a substância fica retida na parede onde após e extraída e serve para separar materiais de densidades diferentes.

Decantação

A decantação é um processo de separação que permite separar misturas heterogêneas.

Utilizada principalmente em diversos sistemas bifásicos como sólido-água (areia e água), sólido-gás (poeira-gás), líquido-líquido (água e óleo) e líquido-gás (vapor d’água e ar). Sendo esse processo fundamentado nas diferenças existentes entre as densidades dos componentes da mistura, e na espera pela sua decantação. A mistura é colocada em um recipiente de preferência fechado (no caso de substâncias como gás e vapor e de acordo o interesse do produto da separação, obrigatoriamente fechado) e espera-se a sedimentação do componente mais denso.

Dissolução fracionada

Dissolução fracionada é uma técnica ou método de processo de separação para separar misturas heterogêneas de dois ou mais sólidos, quando apenas um dos componentes se dissolve em um dado solvente.Pois, assim, o líquido dissolve esse componente e, por filtração, separa-se o outro componente...

Evaporação

A evaporação é um fenômeno no qual átomos ou moléculas no estado líquido (ou sólido, se a substância sublima) ganham energia suficiente para passar ao estado vapor.

O movimento térmico de uma molécula de líquido deve ser suficiente para vencer a tensão superficial e evaporar, isto é, sua energia cinética deve exceder o trabalho de coesão aplicado pela tensão superficial à superfície do líquido. Por isso, a evaporação acontece mais rapidamente a altas temperaturas, a altas vazões entre as fases líquida e vapor e em líquidos com baixas tensões superficiais (isto é, com pressões de vapor mais elevado). Um exemplo para tal fenômeno é a transpiração (suor).E tambem as salinas pois asim é extraido o sal onde usamos nas nossas cozinhas;)

Destilação simples

Para separar a mistura de água e sal e recuperar também a água, emprega-se a destilação simples. A mistura é aquecida e a água entra em ebulição, mas o sal não. O vapor de água passa pelo interior de um condensador, que é resfriado por água corrente. Com esse resfriamento, o vapor condensa-se. A água liquida, isenta de sal, é recolhida no recipiente da direita e, ao final, restará sal sólido no frasco da esquerda.

O líquido purificado que é recolhido no processo de destilação, recebe o nome de destilado.

Destilação fracionada

As misturas homogêneas formadas por dois ou mais líquidos oferecem uma razoável dificuldade para sua separação. A técnica da destilação fracionada pode ser usada com sucesso para separar algumas misturas desse tipo. É uma técnica complexa e sobre ela vamos apresentar apenas uma breve noção.

A destilação fracionada é um aprimoramento da destilação simples, na qual uma coluna de vidro cheia de obstáculos é colocada entre o condensador e o balão na qual a mistura é aquecida.

Os obstáculos permitem que o componente de menor ponto de ebulição chegue mais rapidamente ao condensador e destile primeiro. Assim que ele destilar totalmente, destilará o próximo componente liquido da mistura, que é recolhido em outro frasco. E assim por diante.

Catação

A catação é um tipo de separação manual de misturas do tipo "sólido-sólido". As substâncias são separadas manualmente e pode utilizar uma pinça, colher, ou outro objeto auxiliador para a separação. É utilizada na separação de grãos bons de feijão dos carunchos e pedrinhas. Também é utilizada na separação dos diferentes tipos de materiais que compõem o lixo como vidro, metais, borracha, papel, plásticos que para serem destinados a diferentes usinas de reciclagem. metodo basico no diferente de tamanho e de aspctos visiveis das particulas de uma misturas de solidos granulados.Um dos solidos é retirado com pinças ou com as mãos.

EX:mistura de feijão e pedras.

Flotação

A flotação consta em separar misturas heterogêneas sólidas com densidades diferentes através de uma densidade intermediária, nesse caso o mais comum e mais utlizado, é a água. A flotação é um método de separação de misturas. Trata-se de uma técnica de separação muito usada na indústria de minerais, na remoção de tinta de papel e no tratamento de esgoto, entre outras utilizações. A técnica utiliza diferenças nas propriedades superficiais de partículas diferentes para as separar. As partículas a serem flotadas são tornadas hidrofóbicas pela adição dos produtos químicos apropriados. Então, fazem-se passar bolhas de ar através da mistura e as partículas que se pretende recolher ligam-se ao ar e deslocam-se para a superfície, onde se acumulam sob a forma de espuma. Resumindo, a flotação é um processo de separação de sólido-líquido, que anexa o sólido à superfície de bolhas de gás fazendo com que ele se separe do líquido do sólido.

Ventilação

Ventilação é um processo de separação de substâncias sólidas heterôgeneas através de vento.O sólido menos denso é separado por uma corrente de ar. Também conhecido como tamisação, este método é também usado na separação de sistemas sólido-sólido, onde um dos dois componentes apresente granulometria que permita que o mesmo fique preso nas malhas de uma peneira.

Fusão fracionada

Essa técnica de Separação de Misturas consiste nos diferentes pontos de fusão das matérias.

Ou seja, a mistura é aquecida até que um de seus componentes passe para o estado Líquido, podendo assim ser separado do resto da mistura. Esse procedimento é repetido várias vezes, até que todas as substâncias da mistura estejam separadas.

As ligas metálicas são formadas pela mistura de vários elementos. Como cada elemento tem um ponto de fusão diferente, quando a liga é aquecida cada um irá derreter e se separar em um momento diferente.

Sublimação

A sublimação é a mudança do estado sólido para o estado gasoso, sem passar pelo estado líquido. O ponto de sublimação, assim como o ponto de ebulição e o ponto de fusão, é definido como o ponto no qual a pressão de vapor do sólido se iguala a pressão aplicada[1].

Também é chamado de re-sublimação a passagem do estado gasoso para o sólido se considerar que a sublimação seja apenas a passagem do estado sólido para o gasoso. Mas muitos químicos consideram que sublimação é o nome de ambos os processos e desconsideram o substantivo re-sublimação. Em certos livros também se fala de deposição já que as moléculas do gás se depositam espontaneamente para a formação do sólido.A naftalina, assim como o iodo são bons exemplos de substâncias sublimáveis.

Separação magnética

Trata-se de um método de separação específico das misturas com um componente ferromagnético como o cobalto, o níquel e, principalmente, o ferro. Campos magnéticos são aplicados à mistura para reter as suas partículas ou para desviar a sua queda.

Ex: areia e limalha de ferro, enxofre e limalha de ferro.

É utilizado para separar do lixo objetos de metal que serão reciclados.Um outro exemplo simples é a separação de linha e agulha através de um imã.

Exemplo: Usa-se um imã para separar um metal do lixo.

É chamado também de Imãntação.

Separação por solução e filtragem

Para separar uma mistura sólida, pode recorrer-se a um solvente selectivo e, portanto, à separação por solução. Às vezes é possível encontrar um bom solvente para um dos componentes da mistura que, no entanto, não dissolve o outro ou os outros componentes, obtendo-se uma suspensão.

Quando uma suspensão passa através de um papel de filtro, as suas partículas ficam retidas se o diâmetro da malha que forma o papel for suficientemente pequeno.

No caso das partículas sólidas serem muito pequenas pode recorrer-se a um filtro de porcelana porosa. O mais correto é o filtro de papel, que se dobra em quatro partes, formando-se um cone que se adapta à forma do funil. Existem também filtro de areia, argila e carvão. by: ythalla nascimento de menses


segunda-feira, 12 de abril de 2010

Renascimento



O homem vitruviano de Leonardo da Vinci sintetiza o ideário renascentista: humanista e clássico

Renascimento, Renascença ou Renascentismo são os termos usados para identificar o período da História da Europa aproximadamente entre fins do século XIII e meados do século XVII, mas os estudiosos não chegaram a um consenso sobre essa cronologia, havendo variações consideráveis nas datas conforme o autor consultado. Seja como for, o período foi marcado por transformações em muitas áreas da vida humana, que assinalam o final da Idade Média e o início da Idade Moderna. Apesar destas transformações serem bem evidentes na cultura, sociedade, economia, política e religião, caracterizando a transição do feudalismo para o capitalismo e significando uma ruptura com as estruturas medievais, o termo é mais comumente empregado para descrever seus efeitos nas artes, na filosofia e nas ciências.

Chamou-se "Renascimento" em virtude da redescoberta e revalorização das referências culturais da antigüidade clássica, que nortearam as mudanças deste período em direção a um ideal humanista e naturalista. O termo foi registrado pela primeira vez por Giorgio Vasari já no século XVI, mas a noção de Renascimento como hoje o entendemos surgiu a partir da publicação do livro de Jacob Burckhardt A cultura do Renascimento na Itália (1867), onde ele definia o período como uma época de "descoberta do mundo e do homem".

O Renascimento cultural manifestou-se primeiro na região italiana da Toscana, tendo como principais centros as cidades de Florença e Siena, de onde se difundiu para o resto da península Itálica e depois para praticamente todos os países da Europa Ocidental. A Itália permaneceu sempre como o local onde o movimento apresentou maior expressão, porém manifestações renascentistas de grande importância também ocorreram na Inglaterra, Alemanha, Países Baixos e, menos intensamente, em Portugal e Espanha, e em suas colônias americanas. Alguns críticos, porém, consideram, por várias razões, que o termo "Renascimento" deve ficar circunscrito à cultura italiana desse período, e que a difusão européia dos ideais clássicos italianos pertence com mais propriedade à esfera do Maneirismo. Além disso, estudos realizados nas últimas décadas têm revisado uma quantidade de opiniões historicamente consagradas a respeito deste período, considerando-as insubstanciais ou estereotipadas, e vendo o Renascimento como uma fase muito mais complexa, contraditória e imprevisível do que se supôs ao longo de gerações.

Ideias centrais


O Humanismo pode ser apontado como o principal valor cultivado no Renascimento. Baseia-se em diversos conceitos associados: Neoplatonismo, Antropocentrismo, Hedonismo, Racionalismo, Otimismo e Individualismo. O Humanismo, antes que um corpo filosófico, é um método de aprendizado que faz uso da razão individual e da evidência empírica para chegar às suas conclusões, paralelamente à consulta aos textos originais, ao contrário da escolástica medieval, que se limitava ao debate das diferenças entre os autores e comentaristas. O Humanismo afirma a dignidade do homem e o torna o investigador por excelência da natureza. Na perspectiva do Renascimento, isso envolveu a revalorização da cultura clássica antiga e sua filosofia, com uma compreensão fortemente antropocentrista e racionalista do mundo, tendo o homem e seu raciocínio lógico e sua ciência como árbitros da vida manifesta. Seu precursor foi Petrarca, e o conceito se consolidou no século XV principalmente através dos escritos de Marsilio Ficino, Erasmo de Roterdão, Pico della Mirandola e Thomas More.

Pico della Mirandola

O brilhante florescimento cultural e científico renascentista deu origem a sentimentos de otimismo, abrindo positivamente o homem para o novo e incentivando seu espírito de pesquisa. O desenvolvimento de uma nova atitude perante a vida deixava para trás a espiritualidade excessiva do gótico e via o mundo material com suas belezas naturais e culturais como um local a ser desfrutado, com ênfase na experiência individual e nas possibilidades latentes do homem. Além disso, os experimentos democráticos italianos, o crescente prestígio do artista como um erudito e não como um simples artesão, e um novo conceito de educação que valorizava os talentos individuais de cada um e buscava desenvolver o homem num ser completo e integrado, com a plena expressão de suas faculdades espirituais, morais e físicas, nutriam sentimentos novos de liberdade social e individual.

Reunindo esse corpus eclético de idéias, os homens do Renascimento cunharam ou adaptaram à sua moda alguns outros conceitos, dos quais se destacam as teorias da perfectibilidade e do progresso, que na prática impulsionaram positivamente a ciência de modo a tornar o período em foco como o marco inicial da ciência moderna. Mas como que para contrapô-los surgiu uma percepção de que a história é cíclica e tem fases de declínio inevitável, e de que o homem natural é um ser sujeito a forças além de seu poder e não tem domínio completo sobre seus pensamentos, capacidades e paixões, nem sobre a duração de sua própria vida. O resultado foi um grande e rico debate teórico entre os eruditos, recheado por fatos novos que apareciam a cada momento, que só teve uma resolução prática no século XVII, com a afirmação irresistível e definitiva da importância da ciência. Por um lado, alguns daqueles homens se viam como herdeiros de uma tradição que havia desaparecido por mil anos, crendo reviver de fato uma grande cultura antiga, e sentindo-se até um pouco como contemporâneos dos romanos. Mas havia outros que viam sua própria época como distinta tanto da Idade Média como da Antiguidade, com um estilo de vida até então inédito sobre a face da Terra, sentimento que era baseado exatamente no óbvio progresso da ciência. A história confirma que nesse período foram inventados diversos instrumentos científicos, e foram descobertas diversas leis naturais e objetos físicos antes desconhecidos; a própria face do planeta se modificou nos mapas depois dos descobrimentos das grandes navegações, levando consigo a física, a matemática, a medicina, a astronomia, a filosofia, a engenharia, a filologia e vários outros ramos do saber a um nível de complexidade, eficiência e exatidão sem precedentes, cada qual contribuindo para um crescimento exponencial do conhecimento total, o que levou a se conceber a história da humanidade como uma expansão contínua e sempre para melhor.Talvez seja esse espírito de confiança na vida e no homem o que mais liga o Renascimento à antiguidade clássica e o que melhor define sua essência e seu legado. O seguinte trecho de Pantagruel (1532), de François Rabelais, costuma ser citado para ilustrar o espírito do Renascimento:

Todas as disciplinas são agora ressuscitadas, as línguas estabelecidas: Grego, sem o conhecimento do qual é uma vergonha alguém chamar-se erudito, Hebraico, Caldeu, Latim (…) O mundo inteiro está cheio de acadêmicos, pedagogos altamente cultivados, bibliotecas muito ricas, de tal modo que me parece que nem nos tempos de Platão, de Cícero ou Papiniano, o estudo era tão confortável como o que se vê a nossa volta. (…) Eu vejo que os ladrões de rua, os carrascos, os empregados do estábulo hoje em dia são mais eruditos do que os doutores e pregadores do meu tempo.
Retrato de Erasmo, 1523, por Hans Holbein, o Jovem (Frick Collection)

O preparo que os humanistas preconizavam para a formação do homem ideal são de corpo e espírito, ao mesmo tempo um filósofo, um cientista e um artista, se desenvolveu a partir da estrutura de ensino medieval do Trivium e do Quadrivium, que compunham a sistematização do conhecimento da época. A novidade renascentista não foi tanto a ressurreição da sabedoria antiga, mas sua ampliação e aprofundamento com a criação de novas ciências e disciplinas, de uma nova visão de mundo e do homem e de um novo conceito de ensino e educação.O resultado foi um grande e frutífero programa disciplinador e desenvolvedor do intelecto e das habilidades gerais do homem, que tinha origem na cultura greco-romana e que de fato em parte se perdera para o ocidente durante a Idade Média. Mas é preciso lembrar que apesar da idéia que os renascentistas pudessem ter de si mesmos, o movimento jamais poderia ser uma imitação literal da cultura antiga, por acontecer todo sob o manto do Catolicismo, cujos valores e cosmogonia eram bem diversos. Assim, a Renascença foi uma tentativa original e eclética de harmonização do Neoplatonismo pagão com a religião cristã, do eros com a charitas, junto com influências orientais, judaicas e árabes, e onde o estudo da magia, da astrologia e do oculto não estavam ausentes.

O pensamento medieval tendia a ver o homem como uma criatura vil, uma "massa de podridão, pó e cinza", como se lê em De laude flagellorum de Pedro Damião, no século XI. Mas quando se eleva a voz de Pico della Mirandola no século XV o homem já representava o centro do universo, um ser mutante, essencialmente imortal, autônomo, livre, criativo e poderoso, o que ecoava as vozes mais antigas de Hermes Trismegisto ("Grande milagre é o homem") e do árabe Abdala ("Não há nada mais maravilhoso do que o homem"). Esse otimismo se perderia novamente no século XVI, com a reaparição do ceticismo, do pessimismo, da ironia e do pragmatismo em Erasmo, Maquiavel, Rabelais e Montaigne, que veneravam a beleza dos ideais do classicismo mas tristemente constatavam a impossibilidade de sua aplicação prática universal e testemunhavam o deplorável jogo político, a pobreza e opressão das populações e outros problemas sociais e morais do homem real de seu tempo. Cabe notar que muitos pesquisadores consideram esta fase final não apenas como uma etapa no grande ciclo do Renascimento, e a estabeleceram como um movimento distinto e autônomo, dando-lhe o nome de Maneirismo.

Fases do Renascimento e seu contexto

Costuma-se dividir o Renascimento em três grandes fases, Trecento, Quattrocento e Cinquecento, correspondentes aos séculos XIV, XV e XVI, com um breve interlúdio entre as duas últimas chamado de Alta Renascença.

Trecento

O Trecento representa a preparação para o Renascimento e é um fenômeno basicamente italiano, mais especificamente da cidade de Florença, pólo político, econômico e cultural da região, embora outros centros também tenham participado do processo, como Pisa e Siena, tornando-os a vanguarda da Europa em termos de economia, cultura e organização social, conduzindo a transfomação do modelo medieval para o moderno.

Ambrogio Lorenzetti: Alegoria do Bom Governo, c. 1328. Palazzo Pubblico, Siena
Simone Martini: Guidoriccio da Fogliano no assédio de Montemassi, 1328. Palazzo Pubblico, Siena

A economia era dinamizada pela fundação de grandes casas bancárias, pelo surgimento da noção de livre concorrência e pela forte ênfase no comércio, e cada vez mais se estruturava em moldes capitalistas e bastante materialistas, onde a tradição era sacrificada diante do racionalismo, da especulação financeira e do utilitarismo. O sistema de produção desenvolvia novos métodos, com uma nova divisão de trabalho organizada pelas guildas e uma progressiva mecanização, mas levando a uma despersonalização da atividade artesanal. A Itália nesta época era um mosaico de pequenos países e cidades independentes. O regime republicano com base no racionalismo fora adotado por vários daqueles Estados, e a sociedade via crescer uma classe média emancipada intelectual e financeiramente que se tornaria um dos principais pilares do poder e um dos sustentáculos de um novo mercado de arte e cultura.

O início do século viveu intensas lutas de classes, com prejuízo para os trabalhadores não vinculados às guildas, e como conseqüência instalou-se grave crise econômica, que teve um ponto culminante na bancarrota das famílias Bardi e Peruzzi em torno de 1328-38, gerando uma fase de estagnação que não obstante levaria a pequena burguesia pela primeira vez ao poder. Esta situação foi comentada depreciativamente pelos poetas célebres da época - Boccaccio e Villani - mas constituiu a primeira experiência democrática em Florença, durando um intervalo de cerca de quarenta anos. Tumultos políticos e militares, além de duas devastadoras epidemias de peste bubônica, provocaram períodos de fome e desalento, com revoltas populares que tentaram modificar o equilíbrio político e social, mas só conseguiram assegurar a permanência dos burgueses à testa do governo. Os Médici, banqueiros plebeus, assumiram a liderança da classe mas logo se revestiram da dignidade da nobreza, e um sistema oligárquico voltou a dominar a cena política, muitas vezes se valendo da corrupção para atingir seus fins, mas também iniciando um costume de mecenato das artes que seria fundamental para a evolução do classicismo no século seguinte.

Na religião a mudança foi assinalada pela busca, amparada pela ciência, de explicações racionais para os fenômenos da natureza; por uma nova forma de ver as relações entre Deus e o homem, e pela idéia de que o mundo não deveria ser renegado, mas vivenciado plenamente, e que a salvação poderia ser conquistada também através do serviço público e do embelezamento das cidades e igrejas com obras de arte, além da prática de outras ações virtuosas. Deve-se frisar que mesmo com a crescente influência clássica, que era toda pagã na origem, o Cristianismo jamais foi posto em xeque e permaneceu como um pano de fundo ao longo de todo o período, criando-se a síntese original que conhecemos hoje.

[editar] Quattrocento

Jorge de Trebizonda: página do seu Comentário sobre o Almagesto

O chamado Quattrocento (século XV) viu o Renascimento atingir sua era dourada. O Humanismo amadurecia e se espalhava pela Europa através de Ficino, Rodolphus Agricola, Erasmo, Mirandola e Thomas More. Leonardo Bruni inaugurava a historiografia moderna e a ciência e a filosofia progrediam com Luca Pacioli, János Vitéz, Nicolas Chuquet, Regiomontanus, Nicolau de Cusa e Georg von Peuerbach, entre muitos outros.

Ao mesmo tempo, um novo interesse pela história antiga levou humanistas como Niccolò de' Niccoli e Poggio Bracciolini a vasculharem as bibliotecas da Europa em busca de livros perdidos de autores como Platão, Cícero, Plínio, o Velho, e Vitrúvio. O mesmo interesse fez com que se fundasses grandes bibliotecas na Itália, e se procurasse restaurar o latim, que havia se transformado em um dialeto multiforme, para sua pureza clássica, tornando-o a nova língua franca da Europa. A restauração do latim derivou da necessidade prática de se gerir intelectualmente essa nova biblioteca renascentista. Paralelamente, teve o efeito de revolucionar a pedagogia, além de fornecer um substancial corpus de estruturas sintáticas e vocabulário para uso dos humanistas e dos homens de letras, que assim revestiam seus próprios escritos com a autoridade dos antigos.Também foi importante a febre de colecionismo de arte antiga que se verificou entre os poderosos, que acompanhavam de perto escavações a fim de enriquecer seus acervos privados com obras de escultura e outras relíquias que vinham à luz, impulsionando o desenvolvimento da ciência da arqueologia.[14] A reconquista da Península Ibérica aos mouros também disponibilizou para os eruditos europeus um grande acervo de textos de Aristóteles, Euclides, Ptolomeu e Plotino, preservados em traduções árabes e desconhecidos na Europa, e de obras muçulmanas de Avicena, Geber e Averróis, contribuindo de modo marcante para um novo florescimento na filosofia, matemática, medicina e outras especialidades científicas. Para acrescentar, o aperfeiçoamento da imprensa por Johannes Gutenberg em meados do século facilitou e barateou imenso a divulgação do conhecimento.

Um novo vigor nesse processo foi injetado pelo erudito grego Manuel Chrysoloras, que entre 1397 e 1415 introduziu na Itália o estudo da língua grega, e com o fim do Império Bizantino em 1453 muitos outros intelectuais, como Demetrius Chalcondyles, Jorge de Trebizonda, Johannes Argyropoulos, Theodorus Gaza e Barlaam de Seminara, emigraram para a península Itálica e outras partes da Europa divulgando muitos textos clássicos de filosofia e instruindo os humanistas na arte da exegese. Grande proporção do que hoje se conhece de literatura e legislação greco-romanas nos foi preservado por Bizâncio, e esse novo conhecimento dos textos clássicos originais, bem como de suas traduções, foi, no entender de Luiz Marques, "uma das maiores operações de apropriação de uma cultura por outra, comparável em certa medida à da Grécia pela Roma dos Cipiões no século II a.C. Ela reflete, além disso, a passagem, crucial para a história do Quatrocentos, da hegemonia intelectual de Aristóteles para a de Platão e de Plotino. Nesse grande influxo de idéias foi reintroduzida na Itália toda a estrutura da antiga Paideia, um corpo de princípios éticos, sociais, culturais e pedagógicos concebido pelos gregos e destinado a formar um cidadão modelar. As novas informações e conhecimentos e o concomitante progresso em todas as áreas da cultura levaram os intelectuais a perceberem que se achavam em meio a uma fase de renovação comparável às fases brilhantes das civilizações antigas, em oposição à Idade Média anterior, que passou a ser considerada uma era de obscuridade e ignorância.

Ao longo do Quattrocento Florença se manteve como o maior centro cultural do Renascimento, atravessando um momento de grande prosperidade econômica e conquistando também a primazia política em toda a região, apesar de Milão e Nápoles serem rivais perigosos e constantes. A opulência da sua oligarquia burguesa, que então monopolizava todo o sistema bancário europeu e adquiria um brilho aristocrático e grande cultura, e se entregava à "bela vida", gerou na classe média uma resistência retrógrada que buscou no gótico idealista um ponto de apoio contra o que via como indolência da classe dominante. Estas duas tendências opostas deram o tom para a primeira metade deste século, até que a pequena burguesia enfim abandonou o idealismo antigo e passou a entrar na corrente geral racionalista. Foi o século dos Medici, destacando-se principalmente Lorenzo de' Medici, grande mecenas, e o interesse pela arte se difundia para círculos cada vez maiores.

Alta Renascença

A Alta Renascença cronologicamente engloba os anos finais do Quattrocento e as primeiras décadas do Cinquecento, sendo delimitada aproximadamente pelas obras de maturidade de Leonardo da Vinci (a partir de c. 1480) e o Saque de Roma em 1527. Foi a fase de culminação do Renascimento, que se dissipou mal foi atingida, mas seu reconhecimento é importante porque ali se cristalizaram ideais que caracterizam todo o movimento renascentista: o Humanismo, a noção de autonomia da arte, a emancipação do artista de sua condição de artesão e equiparação ao cientista e ao erudito, a busca pela fidelidade à natureza, e o conceito de gênio, tão perfeitamente encarnado em Da Vinci, Rafael e Michelangelo. Se a passagem da Idade Média para a Idade Moderna não estava ainda completa, pelo menos estava assegurada sem retorno possível.Eventos como a descoberta da América e a Reforma Protestante, e técnicas como a imprensa de tipos móveis, transformaram a cultura e a visão de mundo dos europeus, ao mesmo tempo em que a atenção de toda a Europa se voltava para a Itália e seus progressos, com as grandes potências da França, Espanha e Alemanha desejando sua partilha e fazendo dela um campo de batalhas e pilhagens. Com as invasões a arte italiana espalhou sua influência por uma vasta região do continente

Foi na Alta Renascença que a arte atingiu a perfeição e o equilíbrio classicistas perseguidos durante todo o processo anterior, especialmente no que diz respeito à pintura e à escultura. Pela primeira vez a Antiguidade era compreendida como um todo unificado e não como uma sequência de eventos isolados, levando a arte a descartar a simples imitação decorativa do antigo e troca de uma emulação mais completa, mais essencial e também muito mais erudita.[14] Porém esse classicismo, embora maduro e rico, conseguindo plasmar obras de grande pujança, comparáveis à arte antiga, tinha forte carga formalista, espelhando o código de ética artificial, cosmopolita e abstrato que se impunha entre os círculos ilustrados e que prescrevia a moderação, autocontrole, dignidade e polidez em tudo, e que teve na pintura de Rafael e na música de Palestrina seus mais perfeitos representantes artísticos, e no livro O Cortesão de Baldassare Castiglione sua súmula teórica. O idealismo que foi intensamente cultivado na antigüidade clássica encontrava uma atualização e, segundo Hauser,

Giovanni Bellini: Sacra conversazione, 1505-1510. Museu Thyssen-Bornemisza, Madrid
"De acordo com os pressupostos desta arte, pareceria inconcebível, por exemplo, que os apóstolos fossem representados como camponeses vulgares e artesãos comuns, como o eram tão freqüentemente e com tanto sabor, no século XV. Para esta arte nova, os profetas, apóstolos, mártires e santos são personalidades ideais, livres, grandes, poderosas e dignificadas, graves e solenes, uma raça heróica, no pleno florescimento de uma beleza madura e enternecedora. Na obra de Leonardo encontramos ainda tipos da vida comum, ao lado destas nobres figuras, mas gradualmente nada que não seja grande e sublime parece digno de representação artística".

Apesar desse código de ética, era uma sociedade agitada por mudanças políticas, sociais e religiosas importantes em que a liberdade anterior desapareceu, e o autoritarismo e a dissimulação se ocultavam por trás das normas de boa educação e da disciplina, como se lê em O Príncipe, de Maquiavel, um manual de governo que dizia que "não existem boas leis sem boas armas", não distinguindo poder de autoridade e legitimando o uso da força para controle do cidadão, livro que foi uma referência fundamental do pensamento político renascentista e uma inspiração decisiva para a construção do Estado moderno. Assim, a grande diferença de mentalidade entre o Quattrocento e o Cinquecento é que enquanto naquele a forma é um fim, neste é um começo; enquanto naquele a natureza fornecia os padrões que a arte imitava, neste a sociedade precisará da arte para provar que existem tais padrões. Rafael resumiu os opostos em seu famoso afresco A Escola de Atenas, uma das mais importantes pinturas da Alta Renascença, realizada na primeira década do Cinquecento, que ressuscitou o diálogo filosófico entre Platão e Aristóteles, ou seja, entre o idealismo e o empirismo. Nesse período se observou o paulatino deslocamento do maior centro cultural renascentista de Florença para Roma, com a proteção do papado e o crescente afluxo de artistas de outras partes.

O Cinquecento e o Maneirismo italiano


Pontormo: A deposição da cruz, 1525-1528. Santa Felicita, Florença

O Cinquecento (século XVI) é a derradeira fase da Renascença, quando o movimento se transforma, se expande para outras partes da Europa e Roma sobrepuja definitivamente Florença como centro cultural, especialmente a partir do pontificado de Júlio II. Roma até então não havia produzido grandes artistas renascentistas, e o classicismo havia sido plantado através da presença temporária de artistas de outras partes. Mas com a fixação na cidade de mestres do porte de Rafael, Michelangelo e Bramante formou-se uma escola local, tornando-a o mais rico repositório da arte da Alta Renascença e da sua continuação cinquecentesca, onde a política cultural do papado deu uma feição característica a toda esta fase. Boa parte dessa nova influência romana derivou do desejo de reconstituir a grandeza e a virtude cívica da Roma Antiga, o que se refletiu na intensificação do mecenato e na recriação de práticas sociais e simbólicas que imitavam as da Antiguidade, como os grandes cortejos de triunfo, as festas públicas suntuosas, as representações plásticas e teatrais grandiloquentes, cheias de figuras históricas, mitológicas e alegóricas.

Na seqüência do saque de Roma de 1527 e da contestação da autoridade papal pelos Protestantes o equilíbrio político do continente se alterou e sua estrutura sócio-cultural foi abalada, com conseqüências negativas principalmente para a Itália, que além de tudo deixava de ser o centro comercial da Europa enquanto novas rotas de comércio eram abertas pelas grandes navegações. Todo o panorama mudava de figura, declinando a influência católica, perdendo-se a unidade cultural e artística recém conquistada na Alta Renascença e surgindo sentimentos de pessimismo, insegurança e alheamento que caracterizam a atmosfera do Maneirismo. Apareceram escolas regionais nitidamente diferenciadas em Roma, Florença, Ferrara, Nápoles, Milão, Veneza, e o Renascimento se espalhou então definitivamente por toda a Europa, dando frutos em especial na França, Espanha e Alemanha, tingidos pelos históricos locais específicos. A arte de longevos como Michelangelo e Ticiano registrou em grande estilo a transição de uma era de certezas e clareza para outra de dúvidas e drama que viu aparecer a Contra-Reforma e se dirigia para o Barroco do século XVII.

Lutero aos 46 anos (Lucas Cranach, o Velho, 1529)

Um dos impactos mais importantes da Reforma Protestante sobre a arte renascentista foi a condenação das imagens sagradas, o que despovoou os templos do norte de representações pictóricas e escultóricas de santos e personagens divinos, e muitas obras de arte foram destruídas em ondas de fúria iconoclasta. Com isso as artes representativas sob influência reformista se voltaram para os personagens profanos e a natureza. O papado, porém, logo percebeu que a arte podia ser uma arma eficiente contra os protestantes, auxiliando em uma evangelização mais ampla e mais sedutora para as grandes massas do povo, e durante a Contra-Reforma foram sistematizados uma nova série de preceitos baseados na teologia contra-reformista, que determinavam em detalhe como o artista deveria criar sua obra de tema religioso. Mas assim, se por um lado a Contra-Reforma deu origem a mais encomendas de arte sacra pela Igreja Católica, a antiga liberdade de expressão artística que se verificara em fases anteriores desapareceu, uma liberdade que permitira a Michelangelo decorar seu enorme painel do Juízo Final, pintado no coração do Vaticano, com uma multidão de corpos nus de grande sensualidade, ainda que o campo profano permanecesse pouco afetado pelas novas regras, que eram bastante dogmáticas e moralistas Apesar disso, as aquisições intelectuais e artísticas da Alta Renascença que ainda estavam frescas e resplandeciam diante dos olhos não poderiam ser esquecidas de pronto, mesmo que seu substrato filosófico já não pudesse permanecer válido diante dos novos fatos políticos, religiosos e sociais. A nova arte que se fez, ainda que inspirada na fonte do classicismo, o traduziu em formas inquietas, ansiosas, distorcidas, agitadas, ambivalentes, apegadas a preciosismos intelectualistas, características que refletiam os dilemas do século.

O Maneirismo, que cobre os dois terços finais do século XVI e depois se confunde com o Barroco, foi um movimento que tem gerado historicamente muito debate entre os historiadores da arte. Depois do século XVII ele passou a ser encarado com desprezo, como uma degeneração mórbida e afetada dos ideais clássicos autênticos. Nos dias de hoje, porém, essa visão já não permanece, tendo sido revisada através de duas vertentes da crítica. Para uns ele se manifestou em uma área geográfica tão vasta e de maneira tão polimorfa e tão distinta do Quattrocento e da Alta Renascença, que se tornou um dilema inconciliável descrevê-lo como parte do fenômeno original, basicamente classicista e italiano, pois parece-lhes que em muitos sentidos ele constitui uma completa antítese dos princípios clássicos de proporção equilibrada, unidade formal, clareza, lógica e naturalismo, tão prezados pelas fases anteriores e que definiriam o "verdadeiro" Renascimento. A consequência foi estabelecer o Maneirismo como um movimento independente, reconhecendo uma nova e vigorosa forma de expressão no que se chegou a ver como decadência e distorção, tendo sua importância realçada por esses traços fazerem dele a primeira escola moderna de arte. A outra vertente crítica, contudo, o analisa como um aprofundamento e um enriquecimento dos pressupostos clássicos e como uma legítima conclusão do ciclo do Renascimento; não tanto uma negação ou desvirtuamento daqueles princípios, mas uma reflexão sobre sua aplicabilidade prática naquele momento histórico e uma adaptação - às vezes dolorosa mas em geral criativa e bem sucedida - às circunstâncias da época.

As artes no Renascimento

Nas artes o Renascimento se caracterizou, em linhas muito gerais, pela inspiração nos antigos gregos e romanos, e pela concepção de arte como uma imitação da natureza, tendo o homem nesse panorama um lugar privilegiado. Mas mais do que uma imitação, a natureza devia, a fim de ser bem representada, passar por uma tradução que a organizava sob uma óptica racional e matemática, num período marcado por uma matematização de todos os fenômenos naturais. Na pintura a maior conquista da busca por esse "naturalismo organizado" foi a recuperação da perspectiva, representando a paisagem, as arquiteturas e o ser humano através de relações essencialmente geométricas e criando uma eficiente impressão de espaço tridimensional; na música foi a consolidação do sistema tonal, possibilitando uma ilustração mais convincente das emoções e do movimento; na arquitetura foi a redução das construções para uma dimensão mais humana, abandonando-se as alturas transcendentais das catedrais góticas; na literatura, a introdução de um personagem que estruturava em torno de si a narrativa e mimetizava até onde possível a noção de sujeito.

Pintura


Giotto: Deposição de Cristo, ciclo de afrescos na Capela Scrovegni (1304-1306), Pádua
Masaccio: Cristo e o tributo, 1425-1428. Capela Scrovegni
Rafael: A Escola de Atenas, 1509. Vaticano

Sucintamente, a contribuição maior da pintura do Renascimento foi sua nova maneira de representar a natureza, através de domínio tal sobre a técnica pictórica e a perspectiva, que foi capaz de criar uma eficiente ilusão de espaço tridimensional em uma superfície plana. Tal conquista significou um afastamento radical em relação ao sistema medieval de representação, com sua estaticidade, seu espaço sem profundidade e seu sistema de proporções simbólico - onde os personagens maiores tinham maior importância numa escala que ia do homem até Deus - estabelecendo um novo parâmetro, cujo fundamento era matemático, na hierarquia teológica medieval. A linguagem visual formulada pelos pintores renascentistas foi tão bem sucedida que permanece válida até hoje.

O cânone greco-romano de proporções voltava a determinar a construção da figura humana; também voltava o cultivo do Belo tipicamente clássico, e a perspectiva baseada no ponto de vista central e único definia a construção dos cenários, no que se pode ver um reflexo da popularização dos princípios filosóficos do racionalismo, antropocentrismo e do humanismo. A pintura renascentista é em essência linear; o desenho era agora considerado o alicerce de todas as artes visuais e seu domínio, um pré-requisito para todo artista. Para tanto, foi de grande utilidade o estudo das esculturas e relevos da Antiguidade, que deram a base para o desenvolvimento de um grande repertório de temas e de gestos e posturas do corpo. Na construção da pintura, a linha convencionalmente constituía o elemento demonstrativo e lógico, e a cor indicava os estados afetivos ou qualidades específicas. Outro diferencial em relação à arte da Idade Média foi a introdução de maior dinamismo nas cenas e gestos, e a descoberta do sombreado, ou claro-escuro, como recurso plástico e mimético.

Giotto, atuando entre os séculos XIII e XIV, foi o maior pintor da primeira Renascença italiana e o pioneiro dos naturalistas em pintura. Sua obra revolucionária, em contraste com a produção de mestres do gótico tardio como Cimabue e Duccio, causou forte impressão em seus contemporâneos e dominaria toda a pintura italiana do Trecento, por sua lógica, simplicidade, precisão e fidelidade à natureza. Ambrogio Lorenzetti e Taddeo Gaddi continuaram a linha de Giotto sem inovar, embora em outros características progressistas se mesclassem com elementos do gótico ainda forte, como se vê na obra de Simone Martini e Orcagna. O estilo naturalista e expressivo de Giotto, contudo, representava a vanguarda na visualidade desta fase, e se difundiu para Siena, que por um tempo passou à frente de Florença nos avanços artísticos. Dali se estendeu para o norte da Itália.

No Quattrocento as representações da figura humana adquiriram solidez, majestade e poder, refletindo o sentimento de autoconfiança de uma sociedade que se tornava muito rica e complexa, com vários níveis sociais, de variada educação e referenciais, que dela participavam ativamente, formando um painel multifacetado de tendências e influências. Mas ao longo de quase todo o século a arte revelaria o embate entre os derradeiros ecos do gótico espiritual e abstrato, exemplificado por Fra Angelico, Paolo Uccello, Benozzo Gozzoli e Lorenzo Monaco, e as novas forças organizadoras, naturalistas e racionais do classicismo, representadas por Botticelli, Pollaiuolo, Piero della Francesca e Ghirlandaio. Nesse sentido, depois de Giotto o próximo marco evolutivo foi Masaccio, em cujas obras o homem tem um aspecto nitidamente enobrecido e cuja presença visual é decididamente concreta, com eficiente uso dos efeitos de volume e espaço tridimensional. Dele se disse que foi "o primeiro que soube pintar homens que realmente tocavam seus pés na terra". Junto com Florença, Veneza representa a vanguarda artística européia no Quattrocento, dispondo de um grupo de artistas ilustres, como Jacopo Bellini, Giovanni Bellini, Vittore Carpaccio, Mauro Codussi e Antonello da Messina. Siena, que já fizera parte da vanguarda em anos anteriores, agora hesitava entre o apelo espiritual do gótico e o fascínio profano do classicismo, e perdia ímpeto. Enquanto isso também outras regiões do norte da Itália começavam a conhecer o classicismo, através de Perugino em Perugia; Francesco Laurana em Urbino; Pinturicchio, Masaccio, Melozzo da Forli, e Giuliano da Sangallo em Roma, e Mantegna em Pádua e Mântua. Também deve-se lembrar a influência renovadora sobre os pintores italianos da técnica da pintura a óleo, que no Quattrocento estava sendo desenvolvida nos Países Baixos e atingira elevado nível de refinamento, possibilitando a criação de imagens muito mais precisas e nítidas e com um sombreado muito mais sutil do que o que era conseguido com o afresco, a encáustica e a têmpera. As telas flamengas eram muitissimo apreciadas na Itália exatamente por essas qualidades, e uma grande quantidade delas foi importada, copiada ou emulada pelos italianos

Mais adiante, na Alta Renascença, com Leonardo da Vinci, a técnica do óleo se refinou e penetrou no terreno do sugestivo, ao mesmo tempo em que aliava fortemente arte e ciência. Com Rafael o sistema classicista de representação visual chegou a um apogeu, e se revelou a doçura, a grandeza solene e a perfeita harmonia. Mas essa fase, de grande equilíbrio formal, não durou muito, logo seria transformada profundamente, dando lugar ao Maneirismo. Aqui Michelangelo, coroando o processo de exaltação do homem, levou-o a uma nova dimensão, a do sobre-humano, abrindo-lhe também as portas do trágico e do patético. Com os maneiristas toda a noção de espaço foi então alterada, a perspectiva se fragmentou em múltiplos pontos de vista, e as proporções da figura humana foram distorcias com finalidades expressivas ou meramente estéticas, formulando-se uma linguagem visual mais dinâmica, vibrátil, subjetiva, dramática e sofisticada. Pontormo, Veronese, Romano, Tintoretto, Bronzino, e Michelangelo em sua fase madura foram exemplos típicos do Maneirismo plenamente manifesto. Giorgio Vasari, um pintor e arquiteto maneirista de mérito secundário, também deve ser lembrado por sua importância como biógrafo e historiador da arte, um dos primeiros a reconhecer todo o ciclo renascentista como uma fase de renovação cultural e o primeiro a usar o termo "Renascimento" na bibliografia, em sua enciclopédica Le Vite de' più Eccellenti Pittori, Scultori e Architettori, uma das fontes primárias para o estudo da vida e obra de muitos artistas do período.

Escultura


Na escultura os sinais de uma revalorização de uma estética classicista são mais antigos, datando do século XIII. Nicola Pisano em torno de 1260 produziu um púlpito para o Batistério de Pisa que é considerado a manifestação precursora da Renascença em escultura. Na passagem do século XIII para o século XIV seu filho Giovanni Pisano levaria seu estilo mais longe e dominaria a cena em Florença no primeiro terço do século, e seria um dos introdutores de um gênero novo, o dos cruxifixi dolorosi, de grande dramaticidade e larga influência, até então incomum na Toscana. Seu talento versátil daria origem a outras obras de suma elegância e austeridade, de linhas limpas e puras, como o retrato de Enrico Scrovegni. Suas Madonnas, relevos e o púlpito da Catedral de Pisa são, por outro lado, muito mais movimentados e graciosos, com elementos góticos mesclados a um novo senso de proporção e espaço que infere seu estudo dos clássicos.[33][34] Contemporâneos como Tino di Camaino seguem aproximadamente a mesma linha de trabalho, num cruzamento de correntes que seria típico de todo o Trecento.[35] Em meados do século Andrea Pisano se tornaria um dos escultores mais importantes da Itália, autor dos relevos da porta sul do Batistério de Florença e sendo nomeado arquiteto da Catedral de Orvieto.[36] Foi mestre de Orcagna, cujo tabernáculo em Orsanmichele é uma das obras-primas do período, e de Giovanni di Balducci, autor de um requintado e complexo monumento funerário na Capela Portinari de Milão.

Apesar dos avanços dos mestres citados acima, sua obra ainda reflete o embate entre as tendências antigas e modernas, e elementos góticos ainda são nitidamente visíveis em todos eles. Para o fim do Trecento surge em Florença a figura de Lorenzo Ghiberti, autor de relevos no Batistério de São João, onde os modelos clássicos são recuperados por completo. Logo em seguida Donatello conduz os avanços em várias frentes. Nas suas obras principais figuram as estátuas de profetas do Antigo Testamento. Deles talvez o Habacuc seja a mais impressionante, uma imagem cujo porte lembra fortemente um romano com sua toga, quase extraído diretamente da retratística da Roma republicana. Ousou ao modelar a primeira figura de nu de grandes dimensões em volume completo desde a antiguidade, o David de 1430. Também inovou na estatuária equestre, criando o monumento a Gattamelata, a mais importante obra em seu gênero desde o Marco Aurélio romano do Capitólio. Por fim, sua descarnada Madalena penitente, em madeira, de 1453, é uma imagem de dor, austeridade e transfiguração que não teve paralelos em sua época, reintroduzindo um pungente senso de drama e realidade na estatuária que só se viu no Helenismo.

Na geração seguinte, Verrocchio se destaca pela teatralidade e dinamismo das composições. Seu Cristo e São Tomé tem grande realismo e poesia. Compôs um Jovem com um golfinho para a fonte de Netuno em Florença que é o protótipo da figura serpentinata, que seria o modelo formal mais prestigiado pelo Maneirismo e Barroco. Sua obra maior, o monumento equestre a Bartolommeo Colleoni é uma expresão de poder e força mais impressionante que o Gattamelata. Desiderio da Settignano e Antonio Rosselino também merecem lembrança. Florença continuou o centro da evolução até o aparecimento de Michelangelo, que trabalhou em Roma para os papas - e também em Florença para os Medici - e foi o maior nome da escultura desde a Alta Renascença até meados do Cinquecento. Sua obra passou do classicismo puro do David, do Baco, e chegou ao Maneirismo, expresso em obras veementes como os Escravos, o Moisés, e os nus da Capela Medici em Florença. Artistas como Baccio Bandinelli, Agostino di Duccio e Tullio Lombardo também deixaram obras de grande maestria, como o Adão deste último. Encerram o ciclo renascentista Giambologna, Francesco da Sangallo, Jacopo Sansovino e Benvenuto Cellini, com um estilo de grande dinamismo e expressividade, tipificado no Rapto das Sabinas, de Giambologna. Artistas importantes em outros países da Europa já iniciam a trabalhar em linhas claramente italianas, como Adriaen de Vries no norte e Germain Pilon na França, espalhando o gosto italiano por uma grande área geográfica e dando origem a várias formulações sincréticas com escolas regionais.

Música


Em linhas gerais, a música do Renascimento não oferece um panorama de quebras abruptas de continuidade, e todo o longo período pode ser considerado o terreno da lenta transformação do universo modal para o tonal, e da polifonia horizontal para a harmonia vertical. O Renascimento foi também um período de grande renovação no tratamento da voz e na orquestração, no instrumental e na consolidação dos gêneros e formas puramente instrumentais com as suítes de danças para bailes, havendo grande demanda por animação musical em todo festejo ou cerimônia, público ou privado.

Iluminura do Codex Squarcialupi mostrando Francesco Landini tocando um organetto
Luca della Robbia: Relevo para um coro, 1431-38. Museo dell'Opera del Duomo, Florença

Na técnica compositiva a polifonia melismática dos organa, derivada diretamente do canto gregoriano, é abandonada em favor de uma escrita mais enxuta, com vozes tratadas de maneira cada vez mais equilibrada. No início do período o movimento paralelo é usado com moderação, acidentes são raros mas as dissonâncias duras são comuns. Mais adiante a escrita a três vozes começa a apresentar tríades, dando uma impressão de tonalidade. Tenta-se pela primeira vez escrever música descritiva ou programática, os rígidos modos rítmicos cedem lugar à isorritmia e a formas mais livres e dinâmicas como a balada, a chanson e o madrigal. Na música sacra a forma da missa se torna a mais prestigiada. A notação evolui para adoção de notas de menor valor, e mais para o final do período passa a ser aceito o intervalo de terça como consonância, quando antes apenas a quinta, a oitava e o uníssono o eram.

Os precursores desta transformação não foram italianos, mas franceses como Guillaume de Machaut, autor da maior realização musical do Trecento em toda Europa, a Missa de Notre Dame, e Philippe de Vitry, muito elogiado por Petrarca. Da música italiana dessa fase inicial muito pouco chegou a nós, embora se saiba que a atividade era intensa e quase toda no terreno profano, sendo as principais fontes de partituras o Codex Rossi, o Codex Squarcialupi e o Codex Panciatichi. Entre seus representantes estão Matteo da Perugia, Donato da Cascia, Johannes Ciconia e sobretudo Francesco Landini. Somente no Cinquecento a música italiana começou a desenvolver características próprias e originais, sendo até então muito dependente da escola franco-flamenga.

O predomínio de influências do norte não significa que o interesse italiano pela música fosse pequeno. Na ausência de exemplos musicais da Antiguidade para serem emulados, filósofos italianos como Ficino se voltaram para textos clássicos de Platão e Aristóteles em busca de referências para que se pudesse criar uma música digna dos antigos. Nesse processo um significativo papel foi desempenhado por Lorenzo de' Medici em Florença, que fundou uma academia musical e atraiu diversos músicos europeus, e por Isabella d'Este, cuja pequena mas brilhante corte em Mântua atraiu poetas que escreviam em italiano poemas simples para serem musicados, e lá a récita de poesia, assim como em outros centros italianos, era geralmente acompanhada de música. O gênero preferido era a frottola, que já mostrava uma estrutura harmônica tonal bem definida e contribuiria para renovar o madrigal, com sua típica fidelidade ao texto e aos afetos. Outros gêneros polifônicos como a missa e o moteto fazem a esta altura pleno uso da imitação entre as vozes e todas são tratadas de um modo semelhante. Compositores flamengos importantes trabalham na Itália, como Adriaen Willaert e Jacob Arcadelt, mas as figuras mais célebres do século são Giovanni da Palestrina, italiano, e Orlande de Lassus, flamengo, que estabelecem um padrão de para a música coral que seria seguido em todo o continente, com uma escrita melodiosa e rica, de grande equilíbrio formal e nobre expressividade, preservando a inteligibilidade do texto, aspecto que no período anterior muitas vezes era secundário e se perdia na intrincada complexidade do contraponto. A impressão de sua música se equipara à grandeza idealista da Alta Renascença, florescendo em uma fase em que o Maneirismo já se manifestava com força em outras artes como a pintura e escultura. No final do século aparecem três grandes figuras, Carlo Gesualdo, Giovanni Gabrieli e Claudio Monteverdi, que introduziriam avanços na harmonia e um senso de cor e timbre que enriqueceriam a música dando-lhe uma expressividade e dramatismo maneiristas e a preparariam para o Barroco. Monteverdi em especial é importante por ser o primeiro grande operista da história, e suas óperas L'Orfeo (1607) e L'Arianna (1608, perdida, só resta uma famosa ária, o Lamento) representam o nobre ocaso da música renascentista e os primeiros grandes marcos do barroco musical

Exemplos musicais

Arquitetura


A permanência de muitos vestígios da Roma antiga em solo italiano jamais deixou de influir na plástica edificatória local, seja na utilização de elementos estruturais ou materiais usados pelos romanos, seja mantendo viva a memória das formas clássicas.[44] Mesmo assim, no Trecento o gótico continua a linha dominante e o classicismo só viria a emergir com força no século seguinte, em meio a um novo interesse pelas grandes realizações do passado. Esse interesse foi estimulado pela redescoberta de bibliografia clássica dada como perdida, como o De Architectura de Vitrúvio, encontrado na biblioteca do mosteiro de Monte Cassino em 1414 ou 1415. Nele o autor exaltava o círculo como forma perfeita, e elaborava sobre proporções ideais da edificação e da figura humana, e sobre simetria e relações da arquitetura com o homem. Suas idéias seriam então desenvolvidas por outros arquitetos, como o primeiro grande expoente do classicismo arquitetônico, Filippo Brunelleschi, que tirou sua inspiração também das ruínas que estudara em Roma. Foi o primeiro a usar modernamente as ordens arquitetônicas de maneira coerente, instaurando um novo sistema de proporções baseado na escala humana.[45][46] Também se deve a ele o uso precursor da perspectiva para representação ilusionística do espaço tridimensional em um plano bidimensional, uma técnica que seria aprofundada enormemente nos séculos vindouros e definiria todo o estilo da arte futura, inaugurando uma fertilíssima associação entre a arte e a ciência. Leon Battista Alberti é outro arquiteto de grande importância, considerado um perfeito exemplo do "homem universal" renascentista, versátil em várias especialidades. Foi o autor do tratado De re aedificatoria, que se tornaria canônico. Outros arquitetos, artistas e filósofos acrescentaram à discussão, como Luca Pacioli em seu De Divina Proportione, Leonardo com seus desenhos de igrejas centradas e Francesco di Giorgio com o Trattato di architettura, ingegneria e arte militare.

A planta centrada de Bramante para a Basílica de São Pedro

Dentre as características mais notáveis da arquitetura renascentista está a retomada do modelo centralizado de templo, desenhado sobre uma cruz grega e coroado por uma cúpula, espelhando a popularização de conceitos da cosmologia neoplatônica e com a inspiração concomitante de edifícios-relíquias como o Panteão de Roma. O primeiro desse gênero a ser edificado na Renascença foi talvez San Sebastiano, em Mântua, obra de Alberti de 1460, mas deixado inconcluso. Este modelo tinha como base uma escala mais humana, abandonando o intenso verticalismo das igrejas góticas e tendo na cúpula o coroamento de uma composição que primava pela inteligibilidade. Especialmente no que toca à estrutura e técnicas construtivas da cúpula, grandes conquistas foram feitas no Renascimento. Das mais importantes são a cúpula octogonal da Catedral de Florença, de Brunelleschi, que não usou andaimes apoiados no solo ou concreto na construção, e a da Basílica de São Pedro, em Roma, de Michelangelo, já do século XVI.

No lado profano aristocratas como os Medici, os Strozzi, os Pazzi, asseguram seu status ordenando a construção de palácios de grande imponência e originalidade, como o Palácio Pitti (Brunelleschi), o Palazzo Medici Riccardi (Michelozzo), o Palazzo Rucellai (Alberti) e o Palazzo Strozzi (Maiano), todos transformando o mesmo modelo dos palácios medievais italianos, de corpo mais ou menos cúbico, pavimentos de alto pé-direito, estruturado em torno de um pátio interno, de fachada rústica e coroado por grande cornija, o que lhes confere um aspecto de solidez e invencibilidade. Formas mais puramente clássicas são exemplificadas na Vila Medici, de Giuliano da Sangallo. Variações interessantes deste modelo são encontradas em Veneza, dadas as características alagadas do terreno.

Depois da figura principal de Donato Bramante na Alta Renascença, trazendo o centro do interesse arquitetônico de Florença para Roma, e sendo o autor de um dos edifícios sacros mais modelares de sua geração, o Tempietto, encontramos o próprio Michelangelo, tido como o inventor da ordem colossal e por algum tempo arquiteto das obras da Basílica de São Pedro. Michelangelo, na visão dos seus próprios contemporâneos, foi o primeiro a desafiar as regras até então consagradas da arquitetura classicista, desenvolvendo um estilo pessoal, pois fora segundo Vasari o primeiro a abrir-se para a verdadeira liberdade criativa. Ele representa, então, o fim do "classicismo coletivo", bastante homogêneo em suas soluções, e o início de uma fase de individualização e multiplicação das linguagens arquitetônicas. Ele abriu caminho, pelo imenso prestígio que desfrutava entre os seus, para que a nova geração de criadores realizasse um sem-número de experimentações a partir do cânone clássico de arquitetura, tornando esta arte independente dos antigos - ainda que largamente devedora deles. Alguns dos mais notáveis nomes desta época foram Della Porta, Sansovino, Palladio, Fontana, Peruzzi e Vignola. Entre as modificações que esse grupo introduziu estavam a flexibilização da estrutura do frontispício e a anulação das hierarquias das ordens antigas, com grande liberdade para o emprego de soluções não ortodoxas e o desenvolvimento do gosto por um jogo puramente plástico com as formas, dando muito mais dinamismo aos espaços internos e às fachadas.De todos os derradeiros renascentistas Palladio foi o mais influente, e ainda hoje é o arquiteto mais estudado em todo o mundo.Foi criador de uma fértil escola, chamada Palladianismo, que perdurou, com altos e baixos, até o século XX.

A italianização da Europa

Com o crescente movimento de artistas, humanistas e professores entre as cidades ao norte dos Alpes e a península Itálica, e com a grande circulação de textos impressos e obras de arte através de reproduções em gravura, o classicismo iniciou em meados do século XV uma etapa de difusão por todo o continente. Mas foram Francisco I da França e Carlos V, Sacro Imperador Romano, que logo reconheceram o potencial da Renascença italiana para promover suas imagens régias através de formas clássicas, os agentes decisivos para a divulgação intensiva da arte italiana além dos Alpes. Mas isso aconteceu apenas por volta do início do século XVI, quando o ciclo renascentista já tinha pelo menos duzentos anos de amadurecimento na Itália, já chegara a uma culminação e já estava em sua fase maneirista. Destarte, cabe advertir que não houve nada como um Quattrocento ou uma Alta Renascença no restante da Europa, pois nela não houve um lento e orgânico processo de classicização como o italiano, foi em muito um resultado de eventos políticos que ocorreram em um curto espaço de tempo, mas que tiveram repercussão continental. Como resultado, como se se abrissem de repente as comportas de uma represa, o vasto derrame de cultura italiana para o norte e o oeste depois das invasões na Itália gerou em cada região ou país uma original mescla de raízes locais góticas com o classicismo italiano tardio.

França

A influência renascentista via Flandres e a Borgonha já existia desde o século XV, como se nota na produção de Jean Fouquet, mas a Guerra dos Cem Anos e as epidemias de peste atrasaram seu florescimento, que ocorre somente a partir da invasão francesa da Itália por Carlos VIII em 1494. O período se estende até cerca de 1610, mas seu final é tumultuado com as guerras de religião entre católicos e huguenotes, que devastaram e enfraqueceram o país. Durante sua vigência a França inicia o desenvolvimento do absolutismo e se expande pelo mar explorando a América. O centro focal se estabelece em Fontainebleau, sede da corte, e ali se forma a Escola de Fontainebleau, integrada por franceses e italianos como Rosso, Primaticcio, Dell'Abbate e Toussaint Dubreuil, sendo uma referência para outros como François Clouet, Jean Clouet, Jean Goujon, Germain Pilon e Pierre Lescot. Leonardo também esteve presente ali.

Na música houve um enorme florescimento através da Escola da Borgonha, que dominou a cena musical européia durante o século XV e daria origem à Escola franco-flamenga, que produziria mestres como Josquin des Prez, Clément Janequin e Claude Le Jeune. A chanson francesa do século XVI teria um papel na formação da canzona italiana, e sua Musique mesurée estabeleceria um padrão de escrita vocal declamatória na tentativa de recriação da música do teatro grego, e favoreceria a evolução para a plena tonalidade. Também apareceu um gênero de música sacra distinto de seus modelos italianos, conhecido como chanson spirituelle. Na arquitetura foram deixados monumentos ímpares como o Castelo de Chambord e o Château d'Amboise.[52][53] Na literatura se destacam Rabelais, um precursor do gênero fantástico, Montaigne, popularizador do gênero ensaio onde é até hoje um dos maiores nomes, e o grupo integrante da Plêiade, com Pierre de Ronsard, Joachim du Bellay e Jean-Antoine de Baïf, que buscavam um atualização vernácula da literatura greco-romana, a emulação de formas específicas e a criação de neologismos baseados no latim e no grego.

Exemplo musical

Países Baixos e Alemanha

Os flamengos estavam em contato com a Itália desde o século XV, mas somente no século XVI o contexto se transforma e se caracteriza como renascentista, tendo uma vida relativamente curta. Nesta fase a região enriquece, a Reforma Protestante se torna uma força decisiva, oposta à dominação católica de Carlos V, levando a conflitos sérios que dividiriam a área. As cidades comerciais de Bruxelas, Ghent e Bruges estreitam os contatos com o norte da Itália e encomendam obras ou atraem artistas italianos, como os arquitetos Tommaso Vincidor e Alessandro Pasqualini, que passaram a maior parte de suas vida ali. O amor pela gravura trouxe para a região inúmeras reproduções de obras italianas, Dürer deixou uma marca indelével quando passou por lá, Erasmo mantinha aceso o Humanismo e Rafael mandava executar tapeçarias em Bruxelas. Vesálio faz avanços importantes na Anatomia, Mercator na Cartografia e a nova imprensa encontra em Antuérpia e Leuven condições para a fundação de editoras de larga influência.

Na música os Países Baixos, junto com o noroeste da França, se tornam o centro principal para toda a Europa através da Escola franco-flamenga. A pintura desenvolve uma escola original, que popularizou a pintura a óleo e dava enorme atenção ao detalhe e à linha, mantendo-se muito fiel à temática sacra e incorporando sua tradição gótica às inovações maneiristas italianas. Teve em Jan van Eyck, Rogier van der Weyden e Hieronymus Bosch seus precursores no século XV, e logo a região daria sua contribuição própria à arte européia consolidando o paisagismo através de Joachim Patinir e a pintura de gênero com Pieter Brueghel o velho e Pieter Aertsen. Outros nomes notáveis são Mabuse, Maarten van Heemskerck, Quentin Matsys, Lucas van Leyden, Frans Floris, Adriaen Isenbrandt e Joos van Cleve.

A Alemanha impulsionou seu Renascimento fundindo seu rico passado gótico com os elementos italianos e flamengos. Um de seus primeiros mestres foi Konrad Witz, seguindo-se Albrecht Altdorfer e Dürer, que esteve em Veneza duas vezes e foi lá profundamente influenciado, lamentando ter de voltar para o norte. Junto com o erudito Johann Reuchlin, Dürer foi uma das maiores influências para disseminação do Renascimento no centro da Europa e também nos Países Baixos, onde suas célebres gravuras foram altamente elogiadas por Erasmo, que o chamou de "o Apeles das linhas negras". A escola romana foi um elemento importante para a formação do estilo de Hans Burgkmair e Hans Holbein, ambos de Augsburgo, visitada por Ticiano.[57][58] Na música basta a menção a Orlande de Lassus, um integrante da Escola franco-flamenga radicado em Munique que se tornaria o compositor mais célebre da Europa em sua geração, a ponto de ser nobilitado pelo imperador Maximiliano II e tornado cavaleiro pelo papa Gregório XIII, algo extremamente raro para um músico.

Portugal e Espanha

Portugal, no século XVI tornado uma das maiores potências navais, auferiu lucros imensos com as navegações para o oriente, com sua colônia americana e o com tráfico de escravos, fazendo crescer a burguesia comercial e enriquecedo a nobreza, que podiam agora se entregar a grandes luxos e cultivar o espírito. O contato comercial com a França, Espanha, Países Baixos, Itália e Inglaterra é assíduo, e o intercâmbio cultural se intensificou. O gótico local se mescla a estas influências estrangeiras e dá origem ao estilo manuelino, que produziria monumentos altamente originais como o Mosteiro dos Jerônimos, a Igreja Matriz da Golegã, o Mosteiro de Santa Cruz e a Torre de Belém, e a jóia exótica da janela do Capítulo do Convento de Cristo, em Tomar. Destacam-se personalidades como a do humanista Francisco de Holanda e dos artistas Grão Vasco, Diogo Boitaca, Nuno Gonçalves, Francisco de Arruda e, Luís Vaz de Camões, um dos mais célebres poetas de todos os tempos.

Na Espanha, as circunstâncias foram em vários pontos semelhantes. A reconquista do território espanhol aos árabes e o fantástico afluxo de riquezas das colônias americanas, com o intenso intercâmbio comercial e cultural associado, sustentaram uma fase de expansão e enriquecimento sem precedentes da arte local. Artistas como Alonso Berruguete, Diego de Siloé, Tomás Luis de Vitoria, El Greco, Pedro Machuca, Juan Bautista de Toledo, Cristóbal de Morales, Garcilaso de la Vega, Juan de Herrera, Miguel de Cervantes e muitos mais deixaram obra notável em estilo clássico ou maneirista, mais dramático do que seus modelos italianos, já que o espírito da Contra-Reforma ali tinha um baluarte e, em escritores sacros como Teresa de Ávila, Inácio de Loyola e João da Cruz, grandes representantes. Particularmente na arquitetura a ornamentação luxuriante se torna típica do estilo que se conhece como plateresco, uma síntese única de influências góticas, mouriscas e renascentistas. A Universidade de Salamanca, cujo ensino tinha moldes humanistas, mais a fixação de italianos como Pellegrino Tibaldi, Leone Leoni e Pompeo Leoni injetaram uma força adicional no processo

O último Renascimento chega a cruzar o oceano e se enraizar na América e no oriente, onde ainda hoje sobrevivem muitos mosteiros e igrejas fundados pelos colonizadores espanhóis em centros do México e do Peru, e pelos portugueses no Brasil, em Macau e Goa, alguns deles hoje Patrimônio da Humanidade.

Exemplo musical

Inglaterra

Na Inglaterra, o Renascimento coincide com a chamada Era Elisabetana, de grande expansão marítima e de relativa estabilidade interna depois da devastação da longa Guerra das Rosas, quando se tornou possível pensar em cultura e arte. Como na maior parte dos outros países da Europa, a herança gótica ainda viva mesclou-se com referências da Renascença tardia, mas suas características distintivas são o predomínio da literatura e da música sobre as outras artes, e sua vigência até cerca de 1620. Poetas como John Donne e Milton pesquisam novas formas de compreender a fé cristã, e dramaturgos como Shakespeare e Marlowe se movem com desenvoltura entre temas centrais da vida humana - a traição, a transcendência, a honra, o amor, a morte - em tragédias célebres como Romeu e Julieta, Macbeth, Otelo (Shakespeare), e Doutor Fausto (Marlowe), bem como sobre seus aspectos mais prosaicos e ligeiros em fábulas encantadoras como Sonho de uma noite de verão (Shakespeare). Filósofos como Francis Bacon descortinam novos limites para o pensamento abstrato e refletem sobre uma sociedade ideal, e na música a escola madrigalesca italiana é assimilada por Thomas Morley, Thomas Weelkes, Orlando Gibbons e muitos outros, adquire um sabor inconfundivelmente local e cria uma tradição que permanece viva até hoje, ao lado de grandes polifonistas sacros como John Taverner, William Byrd e Thomas Tallis, este deixando o famoso moteto Spem in alium, para quarenta vozes divididas em oito coros, uma composição sem paralelos em sua época pela maestria no manejo de enormes massas vocais.[60] Na arquitetura se destacaram Robert Smythson e os palladianistas Richard Boyle, Edward Lovett Pearce e Inigo Jones, cuja obra repercutiu até na América do Norte, fazendo discípulos em George Berkeley, James Hoban, Peter Harrison e Thomas Jefferson.[61] Na pintura o Renascimento foi recebido principalmente através da Alemanha e dos Países Baixos, com a figura maior de Hans Holbein, florescendo depois com William Segar, William Scrots, Nicholas Hilliard e vários outros mestres da Escola Tudor.

Exemplos musicais

Críticas

Boa parte do debate moderno em torno do Renascimento tem procurado determinar se ele representou de fato uma melhoria em relação à Idade Média. Seus primeiros comentadores, como Michelet e Burckhardt não hesitaram em se posicionar favoravelmente e em considerá-lo uma fase decisiva em direção à modernidade, comparando-o à remoção de um véu dos olhos da humanidade, permitindo-lhe ver claramente

Execução de Savonarola na Piazza della Signoria, em Florença, 1498. Museu Nacional de São Marcos

Por outro lado, um grupo de historiadores modernos ressaltou que muitos dos fatores sociais negativos comumente associados à Idade Média - pobreza, perseguições religiosas e políticas - parecem ter piorado nesta era que viu nascerem Maquiavel, as guerras de religião, a corrupção do papado e a intensificação da caça às bruxas no século XVI. Muitas pessoas que viveram na Renascença não a tinham como a "Idade Dourada" que os intelectuais do século XIX imaginaram, mas estavam cientes dos graves problemas sociais e morais, como Savonarola, que desencadeou um dramático revivalismo religioso no fim do século XV que causou a destruição de inúmeras obras de arte e enfim o levou à morte na fogueira, e Filipe II da Espanha, que censurou obras de arte florentinas. Mesmo assim, os intelectuais, artistas e patronos da época que estavam envolvidos na movimentação cultural realmente acreditavam que estavam testemunhando uma nova era que constituía uma ruptura nítida com a idade anterior.

Alguns historiadores marxistas preferiram descrever o Renascimento em termos materialistas, sustentando que as mudanças em arte, literatura e filosofia eram apenas uma parte da tendência geral de distanciamento da sociedade feudalista em direção ao capitalismo, que resultou no aparecimento de uma classe burguesa que dispunha de tempo para se devotar às artes.Também se aventou que o recurso aos referenciais clássicos foi naquela época muitas vezes um pretexto para a legitimação dos propósitos da elite, e a inspiração na Roma republicana e principalmente na Roma imperial teria dado margem à formação de um espírito de competitividade e mercenarismo que os arrivistas usaram para sua escalada social tantas vezes inescrupulosa. Johan Huizinga reconheceu a existência da Renascença mas questionou se ela representou uma mudança positiva. Em seu livro The Waning of the Middle Ages ele argumentou que o Renascimento foi um período de declínio em relação à Idade Média, destruindo muitas coisas que eram importantes. Por exemplo, o latim havia conseguido evoluir e manter-se bastante vivo até lá, mas a obsessão pela pureza clássica interrompeu este processo natural e o fez reverter à sua forma clássica. Robert Lopez declarou que a fase foi de grande recessão econômica, enquanto que George Sarton e Lynn Thorndike especulam que talvez o progresso científico realizado tenha sido na verdade bem menos original do que se supõe. Desta forma, muitos historiadores começaram a pensar que o termo Renascimento vinha sendo por demais sobrecarregado com uma apreciação positiva, automaticamente desvalorizando a Idade Média, e propuseram o uso do termo substituto "Primeira Modernidade", de caráter mais neutro e que o estabelecia como uma passagem da Idade Média para Idade Moderna. Mas esses próprios estudos foram objeto de controvérsia, levando a que se chamasse o Renascimento de "a criança mais intratável da historiografia". Depois do que hoje parece ter ido apenas uma fase de saudáveis questionamentos de conceitos consagrados mas pouco aprofundados, o Renascimento vem sendo reafirmado como um período de enorme importância na história da arte e da cultura ocidental. A quantidade de estudos sobre o tema, que vem aumentando a cada dia, seja a que conclusões tenha chegado, somente pelo seu volume evidencia que o Renascimento é uma polêmica ainda muito viva, e que é rico o bastante para continuar atraindo a atenção da crítica e do público ininterruptamente desde sua fundação

Legado

Michelangelo: A criação de Adão, Capela Sistina

Mesmo com opiniões divergentes sobre aspectos particulares, hoje parece ser um consenso que o Renascimento foi um período em que muitas crenças arraigadas e tomadas como verdadeiras foram postas em discussão e testadas através de métodos científicos de investigação, inaugurando uma fase em que o predomínio da religião e seus dogmas deixou de ser absoluto e abriu caminho para o desenvolvimento da ciência e da tecnologia como hoje as conhecemos. Os filósofos renascentistas foram buscar na antigüidade precedentes para defender o regime republicano e a liberdade humana, atualizando idéias que tiveram um impacto na jurisprudência e teoria constitucional atuais, e o pensamento político da época pode ter sido uma inspiração importante para a formação de Estados modernos como a Inglaterra e o Estados Unidos.

No campo das artes visuais foram desenvolvidos recursos que possibilitaram um salto imenso em relação à Idade Média em termos de capacidade de representação do espaço, da natureza e do corpo humano, ressuscitando técnicas que haviam sido perdidas desde a antigüidade e criando outras inéditas a partir dali. A linguagem arquitetônica dos palácios, igrejas e grandes monumentos que foi estabelecida a partir da herança clássica ainda hoje permenece válida e é empregada quando se deseja emprestar dignidade e importância à edificação moderna. Na literatura as línguas vernáculas se tornaram dignas de veicular cultura e conhecimento, e o estudo dos textos dos filósofos greco-romanos disseminou máximas ainda hoje presentes na voz popular e que incentivam valores elevados como o heroísmo, o espírito público e o altruísmo, que são peças fundamentais para a construção de uma sociedade mais justa e livre para todos. A reverência pelo passado clássico e pelos seus melhores valores criou uma nova visão sobre a história e fundou a historiografia moderna, e proveu as bases para a formação de um sistema de ensino que na época se estendeu para além das elites e ainda hoje estrutura o currículo escolar de grande parte do ocidente e sustenta sua ordem social e seus sistemas de governo. Por fim, a fantástica produção artística renascentista que sobrevive em tantos países da Europa continua a atrair multidões de todas as partes do mundo e constitui parte significativa da própria definição de cultura ocidental.